As 10 partidas que fizeram de Rafael Nadal o rei do saibro: nossa contagem regressiva começa

Em primeiro lugar, um enérgico jovem de 16 anos revela seu estilo implacável ao mundo do tênis em Monte Carlo, contra o atual campeão do Aberto da França.



Os fãs de tênis podem, e muitas vezes o fazem, discutir sobre quem é o GOAT masculino.

Mas não há desacordo quando se trata da identidade do Rei do Barro. Rafael Nadal recebeu esse apelido nos primeiros dias de sua carreira, quando mal tinha saído da adolescência. O que poderia ter parecido prematuro na época acabou sendo presciente. Vinte anos após sua primeira vitória na ATP na superfície, ele tem o maior número de majors em quadra de saibro (14) e títulos (63), e a mais longa sequência de vitórias (81) e maior porcentagem de vitórias (91,3) na superfície, no masculino- história do tênis.



Então, enquanto o jogador de 36 anos se prepara para o que pode ser sua tacada final nas quadras de saibro da Europa, relembramos as 10 partidas que o tornaram o governante indiscutível do time vermelho.

2003 Monte Carlo, segunda rodada: Nadal d. Alberto Costa, 7-5, 6-3

Fiz, de fato, uma partida muito boa.

Rei em treinamento.



“Ao descer o túnel até esta quadra central pela primeira vez, ele receberá uma ovação incrível.” Foi assim que o veterano comentarista de TV John Barrett deu as boas-vindas ao novato Rafael Nadal, de 16 anos, no estádio principal de Monte Carlo, na primavera de 2003.

Como Barrett previu, houve um burburinho na platéia para o jovem qualificador de Maiorca, que havia vencido sua primeira rodada sobre Karol Kucera e agora enfrentava o campeão de Roland Garros em 2002, Albert Costa. Enquanto Nadal caminhava para sua cadeira, um de seus maneirismos de marca registrada já estava em evidência: ele segurava uma raquete Babolat na mão esquerda, aparentemente sinalizando sua prontidão para a luta pela frente. Quanto às suas garrafas de água que logo se tornarão famosas, apenas uma grande aparece antes desta partida. O segundo, e seu meticuloso posicionamento, chegaram depois?



Não importa. Os elementos que tornariam o jogo de Rafa ótimo estavam presentes. Você pode ouvi-lo nas reações dos apresentadores na cabine naquele dia, Barrett e Jason Goodall, enquanto Nadal cortava seu caminho através do saibro vermelho.

“Um forehand topspin bastante excepcional.” “Uma defesa bastante notável.” “Que sucesso, classe mundial.” “Ele se recusa a ir embora.”

Para dois britânicos, isso se qualifica como emocionante.

qual jogador do sexo masculino foi o primeiro a vencer 100 torneios da atp (associação de profissionais de tênis)?

Um dia antes, o canhoto venceu a primeira partida de Masters da carreira, contra Karol Kucera.

“Um pequeno punho cerrado ali”, Barrett observa logo no início, em outro prenúncio discreto. Mal sabia ele quantos mais daqueles punhos cerrados veríamos e quantas versões Nadal inventaria. Rafa também grunhia, alto, praticamente a cada golpe, algo que não era comum no futebol masculino da época. Juntos, os punhos e os grunhidos eram apenas pequenos indícios da nova e impetuosa energia que Rafa injetaria no esporte.

Costa, de 27 anos, jogador do Top 10 na época, não sabia o que estava prestes a atingi-lo. No dia anterior, ele disse aos repórteres: 'Estou me sentindo muito, muito bem, forte... muito confiante'.

Para cada tacada confiante que ele dava, porém, Nadal tinha uma resposta, seja com o arremesso ou a recuperação. No segundo set, Costa acertou o que parecia ser um backhand cruzado da quadra em um ângulo agudo. Mas o jovem Rafa percorreu todo o caminho até a borda da quadra para transformá-lo em um vencedor de forehand cruzado da quadra ainda mais agudo.

“Eu era um adolescente com pressa, loucamente hiperativo, operando a mil revoluções no treinamento e na competição”, diria Nadal sobre a primavera de 2003, período em que subiu quase 100 posições no ranking. Algumas semanas depois de Monte Carlo, ele alcançaria uma marca pessoal ainda maior ao derrotar o amigo Carlos Moya em Hamburgo.

Nadal estava se movendo tão rápido que poderia ser difícil para um jornalista de tênis acompanhar. Após a partida, ele foi questionado sobre como seria estar no Top 100.

“Já estou no Top 100”, respondeu Rafa. Ele sabia que seus pontos no ranking com a vitória no Costa o colocariam naquela empresa de elite pela primeira vez.

'Eu joguei, de fato, uma partida muito boa', disse ele. Ainda assim, mesmo aos 16 anos, Rafa já era realista e pragmático.

Questionado sobre o que mais o agradou em seu desempenho, ele disse: “O que mais me agrada é ter vencido a partida”.

Questionado sobre até onde poderia ir no sorteio, ele disse: “Acho que não vou muito longe neste torneio. Vou continuar lutando até o fim. Vou tentar jogar bem. Mas não depende só de mim, se ganho ou perco, depende também dos outros.”

Nadal se anunciou ao mundo do tênis em Monte Carlo e venceria o torneio 11 vezes.

bazuca de bola de tênis

Nadal gostava de saibro, mas ainda não afirmava ser o rei. Ele estava certo. Na partida seguinte, perdeu em dois sets para Guillermo Coria, que chegaria à final.

Rafa pode ter se movido um pouco rápido demais, ou balançado um pouco forte demais, para seu próprio bem naquela primavera. Uma lesão no ombro o afastou dos gramados por duas semanas, apenas o tempo suficiente para mantê-lo fora de Roland Garros. Mas ele voltou para Wimbledon, onde chegou à terceira rodada em uma superfície estrangeira. A ATP o nomeou Revelação do Ano.

No entanto, nada do que ele fez naquela temporada sinalizou o que estava por vir como sua vitória sobre o campeão de Roland Garros, em Monte Carlo.

Amanhã: Rafa ouve as palavras de Moya

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