Em uma semana turbulenta, ela fez o esporte parecer jovem novamente.
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Este ano, no Mês da História Negra, estamos nos concentrando em uma jovem afro-americana que já fez sua parte na história do tênis. Em seus seis anos como profissional, Coco Gauff conquistou o bastão da vitória do Grand Slam de Venus e Serena Williams, ao mesmo tempo que dá continuidade ao compromisso de Arthur Ashe com a justiça racial.
Com o aniversário de 20 anos de Gauff chegando em março, passaremos esta semana analisando cinco momentos marcantes de sua adolescência.
2019: Vence um de seus ídolos, Venus Williams, e chega à quarta rodada em Wimbledon aos 15 anos
Mesmo antes de ela jogar sua primeira partida no sorteio principal no All England Club em 2019, sabíamos que Gauff tinha um jogo precoce. Afinal, ela acabara de se tornar a pessoa mais jovem de todos os tempos – aos 15 anos – a se classificar para Wimbledon. O que aprendemos durante sua corrida na quarta rodada foi que ela também possuía um poder de estrela precoce e uma personalidade que combinava exuberância juvenil com um sério senso de propósito.
“Meu lema é: ‘Apenas improvise’”, disse Gauff, em uma de suas muitas citações memoráveis daquela semana. “Todos vamos morrer um dia, só quero aproveitar ao máximo.”
Em sua estreia, ela interpretou uma de suas ídolos, e uma mulher 24 anos mais velha, Venus Williams. A partida foi realizada na quadra nº 1, a segunda maior arena do local. Longe de desmaiar de medo do palco, Gauff venceu o pentacampeão de Wimbledon em dois sets e levou a multidão lotada - que lotou o estádio e a vizinha Henman Hill - ao quase delírio no processo. Diante de sacar a partida em 5-4 no segundo set, ela encontrou alguns de seus melhores tênis - incluindo um surpreendente segundo saque a 180 mph - quando precisava.
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Mas ela não terminou sua ofensiva de charme. Na rede, Gauff mostrou o toque certo e respeitoso ao se inclinar para seu lendário oponente e dizer: “Obrigada pelo que você fez, eu não estaria aqui se não fosse por você”.
Depois de pegar a tocha de Vênus e derrotar Magdalena Rybarikova em dois sets, Gauff mudou-se para a quadra central, onde emocionou outra casa lotada ao fazer uma recuperação aparentemente impossível contra Polona Hercog de um set e 2-5 abaixo. Foi necessária a eventual campeã, Simona Halep, para encerrar o livro de histórias do adolescente na quarta rodada. Mas da primeira à última bola, Gauff mostrou uma capacidade adulta de escolher o chute certo na hora certa, de equilibrar agressividade com margem e cautela com criatividade. Ela jogou para vencer e não para impressionar.
“Acho que posso vencer qualquer um que esteja do outro lado da quadra”, disse Gauff naquela semana, em um dos raros comentários em que ela não esboçou um sorriso. “Se acho que não posso vencer uma partida, não entro na quadra.”
Gauff levava a sério seus objetivos, mas suas vitórias trouxeram uma alegre sensação de déjà vu a Wimbledon. Milhares de torcedores torciam por um novo jogador, mas também por um sentimento antigo: a sensação de descoberta, de inocência que desafia a gravidade, que só um prodígio pode trazer ao esporte. De Chris Evert a Rafael Nadal, o tênis já foi domínio dos prodígios, mas Gauff apareceu em um momento em que o jogo estava ficando grisalho e suas estrelas já estavam na casa dos 30 anos. Em uma semana turbulenta, ela fez o esporte parecer jovem novamente.
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Solicitada a explicar seu novo status de super-heroína, Gauff encolheu os ombros, sorriu com seu sorriso rápido e característico e disse: “Eu apenas fui para as minhas fotos”.
Foi bom para os fãs de tênis poder acreditar, pelo menos por uma semana, que ainda poderia ser tão fácil e que os sonhos dos adolescentes ainda poderiam se tornar realidade.